Eu preparo um feitiço contra os tempos plúmbeos.Hei de desfrutá-lo ainda em tua absorta companhia, ruídos, enfurnados, detritos.
Torre fulminada. Relâmpago. Café - será falta de afeto?
Varreram meu sótão, levaram meus botões, roeram meus álbuns, domaram meu cãozinho, beberam a água que deixei pra Oxum, tatuaram meus desenhos, rabiscaram minhas estrelas-neón no céu branco do teto azul e vagaram, vagaram, vagaram, vagaram, vagaram, vagaram lúcidos sem saber o que fariam em mim. Esconder-me-iam? Alimentar-me-iam? Embirutar-me-iam? Ou me empetacariam com seus badulaques, botas brancas para me ver cantar na Rádio Nacional?
Levem-me ao eu.
Até o limite, a linha de fronteira, o fino corte que tange o que é dali, o que é de cá, o que eu posso dar e receber e ser e.
Lá vou.
Lá fui.
Eu preparo um feitiço que caiba, que caia em mim.
Eu preparo um feitiço.
Ou insisto em ser cobaia?
domingo, 31 de maio de 2009
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