Sonhei com você. Mais uma vez sonhei com você. Mais uma vez estourando a minha retina, mais uma vez sentindo o toque sutil, seda, vime, nuvem, castelo ao fundo, mais uma vez o mesmo jogo disfarçado. Sinceramente, não quero mais. Cama vazia, copo seu de ontem, cheiros, restos, poços tão fundos que nem ecoam mais a sua voz. Estou ciente de sua partida mesmo não comparecendo aos seus adeuses - sabe que não sou afeito a despedidas. Estou ciente, cansado e mais uma vez, por que não dizer, cedendo à bruma da presença sua que foi sempre o único sentido que me legaste, único laço, parte una que dispuseste inteiramente a mim.
Ando exausto destes sonhos cheios de sentidos, vontades, presenças, sombras e tesões. Ando fatigado, meu amor, de acordar pronto para, quem sabe, encontra-la à mesa, notícia de jornal, fresquinha, e voltarmos à cama para termos sós os dois e, quem sabe, filmes, peças, sol de manhã que nos joga, nos impulsiona para qualquer lugar. Avenida Paulista, café no Conjunto Nacional, caminhadas puras e verdes nos Jardins, Ibirirapuera e telas em aquarela no MASP e tudo e nada, quem sabe?
Seus quadros, meus quadros, seus dicos, meus discos, seus livros, seus gostos: bom dia.
Mãos coladas, tinta vermelha, unhas coloridas de tinta. Quero tudo que é seu.
Sem sonhos, sem brumas, noites transbordando procuras e desencontros. Quero tudo que é seu real - quero?
Acho que esta é minha última tentativa.
Gosto muito de você gosto muito de você gosto muito de você sem pausas.
Aos caminhos, entrego o nosso encontro e se tiver que ser, como tem que ser, do jeito que tiver que ser, a gente volta um dia.
Da maior importância, meu bem. That's it!
Esteja bem. Queira estar bem.
Como se fosse verdade,
um beijo.
domingo, 30 de agosto de 2009
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